Fertilizante natural pode ganhar espaço no Vale do Rio Doce 3i2d3d

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A crise dos fertilizantes provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, com o aumento dos preços e possibilidade de escassez, pode ter, aqui no Leste de Minas, uma solução rápida e eficiente para, pelo menos amenizar o problema. Tudo isso se deve ao cultivo do biochar, que além de natural, reduz a necessidade de aplicação de adubos químicos.

Dentro deste contexto, o município de Caratinga, no Vale do Rio Doce, pode receber, ainda neste ano, a primeira planta de biochar da empresa NetZero no Brasil. A iniciativa pioneira vai transformar a palha do café em um fertilizante rico em carbono e usado como condicionador de solos. Segundo a empresa, Minas tem grande potencial para a instalação de mais unidades, podendo chegar a cerca de 162 plantas somente com o uso da casca de café. Segundo estudos da empresa, o biochar pode ser produzido utilizando a palha do café, bagaço de cana-de-açúcar, casca de coco, de cacau e outros. O investimento em cada planta varia entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.

De acordo com o diretor-técnico da NetZero, Pedro Figueiredo, a expectativa é de o produto seja cultivado em cerca de 280 diferentes locais no Brasil até 2029. Em Caratinga, a primeira unidade deve ser instalada no Centro de Excelência do Café Robson Leite de Mattos, no distrito de Santa de Luzia. Ela terá capacidade de processamento de 8 mil metros cúbicos de palha anualmente. “Assim que assinados os contratos, daremos início à fabricação dos equipamentos.

A estimativa é de iniciar as operações no final de outubro e início de novembro. Acredito que nos primeiros três meses de 2023, a unidade de Caratinga já esteja operando com carga máxima”, disse. Figueiredo salientou que, no mercado nacional, os preços do biochar variam de R$ 25 a R$ 35 o quilo. O cafeicultor que fornecer a palha do café para a NetZero, dependendo das condições de cada planta, região e negociação, receberá o biochar em uma quantidade de até 30% da tonelada de palha que cedeu, a preços abaixo do mercado.

“Este projeto será muito importante para o desenvolvimento da cafeicultura sustentável e vai trazer uma nova visão para os pequenos e médios produtores do grão. O Centro de Excelência é gerido por uma associação de produtores rurais e conta com 130 associados. O prefeito de Caratinga, Wellington Moreira, tem contribuído de forma muito positiva para tornar o projeto viável, sensibilizando a agricultura familiar e entendendo a necessidade de a atividade cafeeira ser mais sustentável”, afirmou Figueiredo.

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O fim de uma era: Bretas encerra atividades no Vale do Aço 4z1c2z

Neste domingo, 11 de maio, a rede de Supermercado Bretas, outrora dominante na região, encerrou oficialmente suas operações no Vale do Aço. As unidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo serão assumidas pela rede de Supermercados BH, que inicia a istração já nesta segunda-feira, dia 12. A previsão é que as lojas reabram ao público na próxima quinta-feira, dia 15, já com nova identidade visual e mudanças operacionais que vêm sendo aguardadas com expectativa. No sábado, véspera do fechamento, a reportagem do Conex10 visitou duas das unidades da rede (Centro de Ipatinga e Caravelas) e o cenário era de tranquilidade, mas de clima total de fim de ciclo. Corredores quase vazios, poucos carrinhos sendo empurrados e um silêncio que contrastava com a movimentação típica de um final de semana. As prateleiras estavam abastecidas, mas clientes e funcionários em ritmo de despedida indicavam a conclusão de uma trajetória que marcou a história do comércio varejista da região por mais de três décadas. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, disseram que a maioria continuará empregada, agora sob a bandeira do BH. “A expectativa é boa. Sabemos que o BH está em expansão, e esperamos que venham novos tempos, com melhorias e mais estrutura”, disse um funcionário com anos de casa e que confirmou sua permanência neste primeiro momento. Outro acrescentou: “A gente sente um misto de tristeza mas de esperança. O Bretas foi importante, mas chegou a hora da virada.” Entre os clientes, muitos expressaram sentimentos nostálgicos. A dona de casa Maria Aparecida Nogueira, cliente fiel há mais de 20 anos, lamentou o fim. “Fiz minhas compras aqui por anos e anos. É triste ver tudo acabar assim.” Já o economista aposentado João Batista Oliveira lembrou que o setor supermercadista mudou muito nos últimos 15 anos. “Depois que deixou de ser dos donos, o serviço piorou, os preços subiram, e os concorrentes, alguns até menores e outros gigantes do setor, tomaram conta.” A estudante Larissa Abelardo comentou que, mesmo sentindo saudades, está curiosa para ver o que a nova rede trará. História de sucesso e ocaso comercial  Fundado no final dos anos 40 em Santa Maria do Itabira, o Bretas chegou ao Vale do Aço com sua primeira loja em Timóteo, em 1988, no bairro Centro-Norte (Acesita). Posteriormente, a empresa trouxe sua sede istrativa para a região, expandindo sua presença para até dez lojas nas três principais cidades. No entanto, com a chegada de novos concorrentes e mudanças na gestão, após a venda para o grupo chileno Cencosud, em 2010, o Bretas foi perdendo espaço e força e, pior que isso, não esboçou nenhuma reação no sentido de recuperar este lugar. O encerramento de suas atividades neste domingo sela a conclusão de uma trajetória, mas também marca o início de uma nova fase no varejo regional. O Bretas teve sua venda ao BH anunciada em 7 de fevereiro. No Vale do Aço, a noticia foi dada em primeira mão pela Rádio Jovem Pan. O acordo girou em torno de R$ 716 milhões, envolvendo as lojas localizadas em Minas. Apesar do valor expressivo, ele é 47% menor em relação ao que o Cencosud pagou em 2010, quando comprou o Bretas por R$ 1,35 bilhão. Apesar do valor menor, o novo controlador leva uma operação ligeiramente maior. Há 15 anos, eram 45 unidades em Minas Gerais, além de oito postos de combustíveis e um centro de distribuição, localizado em Contagem. Atualmente, integram a negociação 62 lojas em território mineiro, além dos mesmos oito postos e o centro de distribuição. O Cencosud seguirá operando o Bretas em Goiás, onde mantém 26 unidades. Quando foi vendido ao Cencosud, o Bretas era líder isolado em Minas Gerais no setor supermercadista e ocupava o 7º lugar no ranking da Abras. Nas mãos do gruo chileno,  além de crescer muito pouco organicamente, os chilenos viram os concorrentes ganharem terreno. Hoje, o BH tomou essa liderança, com grande folga, além de ocupar o 4º lugar nacionalmente. O Cencosud vem caindo no ranking ao longo dos últimos anos e, com esta venda, pode perder mais uma posição para outro mineiro: o Mart Minas.

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